O crescimento econômico global está prestes a viver sua década mais fraca desde os anos 1960, de acordo com um novo relatório do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira (10). Um dos principais fatores por trás dessa desaceleração, segundo o relatório, são os efeitos da guerra comercial iniciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
A instituição cortou sua previsão de crescimento do PIB global para 2025 de 2,7% para 2,3%, refletindo a desaceleração generalizada em várias economias, o aumento das tarifas comerciais e a crescente incerteza no mercado internacional.
O que está acontecendo?
Mesmo sem prever uma nova recessão global, o Banco Mundial alerta que, caso suas projeções se confirmem, o ritmo médio de crescimento nos primeiros sete anos da década de 2020 será o mais fraco em mais de 60 anos.
Isso só não será pior que os anos de 2009 (crise financeira global) e 2020 (pandemia), quando o crescimento global chegou a -1,3% e -2,9%, respectivamente.
O peso da guerra comercial
Desde que reassumiu o poder em janeiro, Donald Trump voltou a intensificar as tarifas de importação sobre parceiros comerciais estratégicos dos EUA, atingindo setores como automóveis e aço.
Além disso, novas rodadas de tarifas — descritas como “recíprocas” — devem entrar em vigor a partir de 9 de julho, caso não haja novos acordos comerciais com os países afetados.
Esse ambiente de instabilidade tarifária, somado à imprevisibilidade das políticas comerciais, está afetando diretamente empresas, cadeias produtivas e consumidores ao redor do mundo.
Leia mais: EUA isenta quase 25% das importações da China
70% do mundo em desaceleração
O relatório mostra que quase 70% das economias mundiais tiveram suas projeções de crescimento reduzidas. A queda atinge países de todas as regiões e níveis de renda, incluindo economias avançadas, emergentes e em desenvolvimento.
Outro fator preocupante apontado pelo Banco Mundial é o aumento das dívidas públicas, especialmente nos países em desenvolvimento, que limita a capacidade de investimento em infraestrutura, saúde e educação.
China e EUA tentam negociar
As negociações comerciais entre Estados Unidos e China foram retomadas esta semana em Londres, numa tentativa de preservar a trégua instável firmada no mês anterior. No entanto, a continuidade das tarifas elevadas e a falta de clareza nas regras continuam a atrapalhar os mercados.
Conclusão
A nova análise do Banco Mundial reforça que o mundo está em um ciclo de crescimento lento e incerto, marcado por disputas comerciais, altos níveis de endividamento e baixa confiança empresarial.
Para o investidor e o cidadão comum, isso significa mais volatilidade, encarecimento de produtos importados e uma recuperação econômica mais difícil — principalmente nos países em desenvolvimento.
Fonte: CNN Brasil
