Brasil se prepara para a COP30 e ganha destaque global em sustentabilidade e inovação climática

Com a Conferência do Clima marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), o país entra no radar de investidores e startups de sustentabilidade

Nos próximos meses, o Brasil será o centro das atenções mundiais quando o assunto for clima, inovação e investimento sustentável. A COP30, marcada para novembro de 2025, em Belém do Pará, promete colocar o país em posição de liderança global no debate sobre mudanças climáticas, transição energética e financiamento verde.

Mais do que um evento diplomático, a conferência simboliza uma virada estratégica: sustentabilidade deixou de ser tendência e se tornou fator determinante de competitividade — especialmente para startups e empresas que apostam em tecnologias de baixo carbono.

Startups de sustentabilidade ganham protagonismo

Com a aproximação da COP30, cresce o interesse por startups de sustentabilidade — as chamadas climate techs — capazes de criar soluções alinhadas aos eixos centrais do evento: mitigação, adaptação, natureza e financiamento climático.

Essas empresas estão na linha de frente do desenvolvimento de tecnologias que vão desde o monitoramento de emissões e rastreabilidade da cadeia produtiva, até a gestão de créditos de carbono e a automação de relatórios ESG.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) reforça o otimismo com números expressivos: no primeiro semestre de 2025, o Brasil registrou queda de 65,8% nas áreas queimadas e redução de 46,4% nos focos de calor em relação a 2024.

Regulação e mercado de carbono aceleram a transição

Um dos principais avanços estruturais foi a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), instituído pela Lei 15.042 de 2024. O marco regulatório estabelece metas obrigatórias para setores emissores, exigindo comprovação de reduções e uso de créditos de carbono de alta integridade.

O sistema também exige metodologias de mensuração, relato e verificação (MRV) reconhecidas internacionalmente, o que abre espaço para startups que desenvolvem plataformas digitais de monitoramento e certificação ambiental.

“O SBCE transforma promessas em exigências reais. As empresas precisarão medir, reportar e compensar emissões com precisão e transparência”, avaliam especialistas do setor de finanças sustentáveis.

CVM e normas internacionais reforçam a transparência corporativa

Outro movimento decisivo é a regulação da disclosure climática.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) incorporou as normas S1 e S2 do ISSB (International Sustainability Standards Board) ao padrão brasileiro por meio da Resolução 193, com calendário de adoção obrigatória para companhias abertas.

Em paralelo, o Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD) consolidou recomendações sobre riscos ligados à natureza, alinhadas ao marco global de biodiversidade.

Essas medidas pressionam empresas e startups a fornecer dados auditáveis, métricas de emissões em diferentes escopos e planos de governança de riscos climáticos. Soluções que ofereçam automação de relatórios ESG, monitoramento via satélite e rastreabilidade de cadeia produtiva passam a ter alta demanda.

Contexto global impulsiona investimentos verdes

O cenário internacional também favorece o avanço da agenda climática.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), os investimentos globais em energia devem chegar a US$ 3,3 trilhões em 2025, sendo US$ 2,2 trilhões destinados a renováveis, redes elétricas, eletrificação e energia nuclear — mais que o dobro do aplicado em combustíveis fósseis.

Enquanto isso, o mercado de venture capital em climate tech segue em fase de seleção natural. Em 2024, foram investidos US$ 30 bilhões, uma queda de 14% em relação a 2023, mas com crescimento expressivo em soluções baseadas em inteligência artificial (IA), que captaram cerca de US$ 6 bilhões nos três primeiros trimestres.

O recado dos investidores é claro: há liquidez e demanda, mas as startups precisam mostrar modelos de negócio sólidos, custos competitivos e rotas tecnológicas claras para atrair capital.

Brasil: vitrine global de clima e inovação

Com a Amazônia, o novo marco regulatório de carbono, a redução de desmatamento e a presença de startups de impacto, o Brasil chega à COP30 com credenciais únicas.

O país não é apenas palco do evento, mas também um laboratório global de inovação climática, capaz de influenciar políticas, atrair investimentos e inspirar novos modelos de economia verde.

Fonte: Startups

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