INTERNACIONAL

Opep+ decide manter produção de petróleo travada em 2026

A novela do petróleo ganhou mais um capítulo neste domingo (30). A Opep+ — o clube dos países que controla metade do petróleo do planeta, e que funciona basicamente como um grande grupo do WhatsApp dos produtores — decidiu manter tudo como está: cotas de produção congeladas em 2026.

Nada de liberar mais petróleo no mercado. Pelo contrário: o grupo continua apostando na estratégia de “menos barris, preço mais estável”.

O que ficou decidido?

  • Cotas iguais para todo o grupo em 2026. Nada de surpresas ou viradas radicais.
  • Oito países fizeram uma reunião extra (porque sempre tem o grupinho que discute no off) e chegaram a um “acordo de princípio” para manter a pausa nos aumentos de produção no 1º trimestre de 2026.
  • A Opep+ também aprovou um mecanismo para medir a capacidade máxima de produção de cada país, que deve servir de base para as cotas de 2027. É tipo uma auditoria para saber quem realmente consegue entregar o quê.

Por que isso importa?

A reunião rolou num momento tenso: EUA tentando intermediar um acordo entre Rússia e Ucrânia.
Se esse acordo sair, a Rússia pode voltar a exportar mais petróleo. Se der errado, pode enfrentar sanções ainda maiores — ou seja, menos petróleo russo no mercado.

O grupo, claro, já está tentando se antecipar para qualquer cenário.

Como está o mercado hoje?

Atualmente:

  • 3,24 milhões de barris/dia ainda estão cortados, algo como 3% da demanda global.
  • O grupo já colocou de volta 2,9 milhões de barris/dia no mercado desde abril de 2025, mas decidiu parar por aí.
  • O petróleo Brent fechou a US$ 63, acumulando queda de 15% no ano — sim, o preço despencou.

Os bastidores da treta

Medir capacidade de produção parece simples, mas na Opep+ vira batalha:

  • Emirados Árabes querem cotas maiores, porque investiram e ampliaram a produção.
  • Vários países africanos perderam capacidade, mas não querem abrir mão de suas cotas.
  • Angola saiu do grupo em 2024 justamente por brigar por cotas mais altas.

A discussão dura anos e continua pegando fogo.

Fonte: CNN Brasil