A indústria brasileira pode sentir um baque de US$ 1,7 bilhão a partir de 2026. O motivo? O México decidiu aumentar tarifas de importação para até 50% em produtos de 19 setores industriais, e o Brasil entrou no pacote.
A proposta já passou pelo Congresso mexicano e agora só falta a assinatura da presidente Claudia Sheinbaum. Se virar lei, 232 produtos brasileiros — que representaram 14,7% de tudo que o Brasil exportou ao México em 2024 — podem ficar bem mais caros para entrar no país.
Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Brasil é o 5º país mais afetado pela medida. Entre os setores atingidos estão aço, autopeças, eletrodomésticos, têxteis, móveis, alumínio e outros bens típicos da indústria de transformação. Ou seja, setores que já sofrem com custo, agora podem sofrer com tarifa também.
Tarifas médias podem dobrar
Hoje, a taxa média para esses produtos é de 16,1%, mas o México quer elevar para 33,8%, podendo chegar ao teto de 50% dependendo do item.
E vale lembrar: essa medida só atinge países sem acordo de livre comércio com o México — onde entram Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Vietnã, Tailândia e mais uma lista cheia de pesos-pesados da indústria global.
Acordos Brasil-México não seguram essa bronca
Apesar de existirem tratados comerciais entre os dois países, eles não são suficientes para blindar as exportações brasileiras.
A CNI explica que:
- 59,8% do valor exportado até tem preferência tarifária total,
- mas 40,2% não têm proteção nenhuma ou têm apenas benefícios reduzidos (em média 20%).
Ou seja, quase metade do que o Brasil vende ao México pode ficar mais caro e menos competitivo.
Novo acordo pode ser a saída — se sair a tempo
Brasil e México até anunciaram, em agosto de 2025, um plano para atualizar seus acordos comerciais, com previsão de conclusão em 2026.
Mas, se as tarifas subirem antes, o impacto pode ser imediato: custo mais alto para produzir no Brasil e menor atratividade para exportar.
A CNI resume o cenário: as novas tarifas podem atrapalhar o comércio, travar investimentos e dificultar a vida de empresas dos dois lados.
Fonte: CNN Brasil


