Especialista explica que famílias de baixa renda sentirão mais os efeitos, enquanto Fed mantém postura independente sobre juros.
O que está acontecendo?
Gary Cohn, ex-diretor do Conselho Econômico Nacional no governo Trump, alertou que os efeitos das tarifas impostas pelo governo dos EUA começarão a ser sentidos pela população no final de maio. Segundo ele, os mais pobres serão os mais prejudicados, pois gastam quase todo seu salário em produtos básicos – que ficarão mais caros.
Por que só em maio?
Cohn explicou no programa Face the Nation (CBS) que esse prazo está ligado ao tempo que as mercadorias levam para chegar aos consumidores após as taxações. “As tarifas não atingem imediatamente. Há um processo de transporte e distribuição”, disse.
Quem paga a conta?
- Pobres: Gastam 100% do salário em itens do dia a dia (comida, roupas, eletrônicos), que ficarão mais caros.
- Ricos: Poupam parte da renda, então o impacto é menor.
“É um imposto indireto que pesa mais sobre quem ganha menos”, resumiu Cohn.
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E os juros? Fed x Trump
O ex-assessor também comentou o embate entre o presidente Donald Trump e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA):
- Trump criticou publicamente o presidente do Fed, Jerome Powell, chamando-o de “grande perdedor” por não cortar juros.
- No entanto, Cohn defendeu a independência do Fed: “Eles estão fazendo o trabalho definido por lei. Não há motivo para interferência”.
Por que isso importa?
As tarifas podem encarecer desde eletrônicos chineses até alimentos, enquanto a discussão sobre juros afeta empréstimos, financiamentos e a economia como um todo. Para Cohn, o risco é que as medidas atuais aumentem a desigualdade sem benefícios claros.
Fonte: Entrevista de Gary Cohn no “Face the Nation” (CBS), 27/05.