Disney e Universal processam empresa de IA por uso de personagens famosos

A guerra entre grandes estúdios e empresas de inteligência artificial acaba de ganhar um novo capítulo.

Nesta semana, Disney e NBCUniversal entraram com uma ação judicial contra a startup de IA Midjourney, acusando a empresa de violar direitos autorais ao usar obras protegidas para treinar seus algoritmos de geração de imagens.

O processo foi registrado em Los Angeles, nos Estados Unidos, e denuncia o uso indevido de personagens como Darth Vader (Star Wars), Elsa (Frozen), Minions (Meu Malvado Favorito), Homer Simpson (Os Simpsons) e até Shrek.

🤖 O que é a Midjourney?

A Midjourney é uma empresa fundada em 2021 que ganhou destaque por sua plataforma de geração de imagens por IA. O usuário escreve um comando (prompt), e o sistema gera uma imagem com base em milhões de referências coletadas da internet.

Com o avanço da tecnologia, a startup anunciou que em breve vai permitir geração de vídeos por IA, o que pode elevar ainda mais as preocupações com direitos autorais.

O que diz o processo?

Segundo o jornal The New York Times, o processo alega que a Midjourney:

  • “Se apropriou de inúmeras obras protegidas”;
  • Utilizou personagens de franquias registradas para treinar sua IA sem permissão;
  • Estaria promovendo conteúdo derivado não autorizado, o que configura infração de copyright.

Posicionamento dos estúdio

“A Disney vê potencial na tecnologia de IA, mas pirataria é pirataria, independentemente do meio”, afirmou Horacio Gutierrez, diretor jurídico da Disney.

“Essa ação não é contra a inovação, mas sim a favor da proteção do trabalho de artistas e do investimento em conteúdo original”, declarou Kim Harris, diretora jurídica da NBCUniversal.

O que está em jogo?

A ação judicial é a primeira movida por grandes estúdios contra uma empresa de IA por esse motivo — e pode definir precedentes importantes no futuro da indústria do entretenimento.

A acusação se soma a uma série de processos que autores, músicos e artistas têm movido contra plataformas de IA, que utilizam conteúdos da internet sem licenciamento prévio.

IA e direitos autorais: onde está o limite?

No centro da discussão está o uso de dados públicos da internet para “ensinar” algoritmos a gerar conteúdos novos. A questão é:

Se uma IA gera uma imagem parecida com um personagem registrado, isso é criação ou cópia?

A Justiça americana ainda não tem jurisprudência sólida sobre o tema, o que torna o caso um marco potencial no debate sobre criatividade, tecnologia e propriedade intelectual.

Conclusão

Este processo entre gigantes do entretenimento e uma das principais startups de IA do mundo pode moldar o futuro das criações digitais, impactando artistas, plataformas, usuários e até os modelos de negócios das big techs.

A decisão da Justiça pode afetar todas as empresas que trabalham com inteligência artificial generativa — inclusive aquelas que treinam modelos com textos, músicas e vídeos da internet.

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Fonte: InfoMoney

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