ECONOMIA

Selic Sobe Para 15% ao ano, maior nível em quase 20 anos

Nesta quarta-feira (18), o Banco Central (BC) anunciou mais um aumento na taxa Selic, levando os juros básicos da economia brasileira para impressionantes 15% ao ano. Esse é o maior patamar desde maio de 2006, quando a Selic estava em 15,25%.

O que aconteceu?

O Comitê de Política Monetária (o famoso Copom) decidiu, de forma unânime, subir os juros em 0,25 ponto percentual, ou seja, um ajuste mais leve do que em outras reuniões.

Nos últimos meses, o BC vinha fazendo aumentos maiores:
Foram três altas seguidas de 1 ponto percentual
Depois, uma alta de 0,5 ponto
E agora, essa de 0,25 ponto

A reunião desta quarta-feira marcou a sétima elevação seguida da Selic desde o início do atual ciclo de aperto monetário, iniciado em setembro de 2024.

Por que o Banco Central está subindo tanto os juros?

O principal motivo é controlar a inflação.

Quando os juros sobem, o crédito fica mais caro: financiamentos, empréstimos, compras parceladas, tudo isso pesa mais no bolso.
Isso reduz o consumo, o que ajuda a frear a inflação, já que menos gente gastando significa menos pressão sobre os preços.

O problema é que a inflação no Brasil não tem dado trégua.

O IPCA, que é o índice oficial de inflação, acumulou uma alta de 5,32% nos últimos 12 meses até maio, mesmo com os juros já muito altos.

A meta de inflação do BC é 3%, ou seja, ainda estamos longe dela.

O que o Copom disse no comunicado?

Desta vez, o Banco Central usou um tom mais direto e até um pouco duro. Algumas frases chamaram atenção:

“Período bastante prolongado” → O BC disse que os juros vão ficar altos por um bom tempo. Não espere quedas tão cedo.

“Patamar significativamente contracionista” → Em outras palavras: os juros vão continuar pesados, para segurar a economia.

“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante” → Eles querem deixar claro que, se a inflação não ceder, pode haver novos aumentos.

E o mercado, o que esperava?

A maioria dos analistas achava que o BC fosse manter os juros na reunião desta quarta, sem novos aumentos.

Mas nos últimos dias, o clima mudou.
Vários investidores passaram a apostar que o Copom subiria a Selic mais uma vez. Até bancos como o BTG Pactual mudaram suas previsões de última hora.

Um dos motivos foi uma declaração do presidente do BC, Gabriel Galípolo, no começo do mês:

“Estamos ainda discutindo o ciclo de alta. A flexibilidade significa que estamos abertos a tomar decisão de continuar subindo”, disse ele em um evento.

Quais os motivos para esse aumento inesperado?

O Banco Central listou alguns fatores principais:

A economia brasileira continua resiliente, ou seja, não está desacelerando como o esperado.

A inflação de serviços ainda está muito alta, o que mostra que o consumo segue forte.

As expectativas de inflação seguem desancoradas, ou seja, o mercado não acredita que o Brasil vai bater a meta de inflação nos próximos anos.

E agora? Vai continuar subindo?

O BC deu a entender que este pode ser o fim do ciclo de altas, mas não cravou com 100% de certeza.

Se a inflação continuar alta e o consumo forte, outra elevação pode acontecer na próxima reunião.

Por outro lado, se os indicadores começarem a mostrar desaceleração da economia e queda mais consistente da inflação, o Banco pode parar por aqui.

Quando a Selic pode começar a cair?

A previsão de muitos analistas é que os juros só comecem a cair a partir de meados de 2026.

O UBS BB, por exemplo, acha que o primeiro corte só viria entre março e abril de 2026, com reduções lentas: provavelmente de 0,5 ponto por reunião.

O banco também estima que a Selic feche 2026 em 11,75%, o que ainda é um nível alto.

Como essa alta afeta sua vida?

Empréstimos e Financiamentos:
Se você tem ou pretende fazer empréstimos, financiamentos imobiliários ou de veículos, prepare-se: os juros estão nas alturas.

Cartão de crédito e cheque especial:
Os juros que já eram altos ficaram ainda piores. Se puder, fuja dessas dívidas.

Investimentos em renda fixa:
A boa notícia é que aplicações como Tesouro Selic, CDBs, LCI/LCA e fundos DI vão render mais. Se você tem dinheiro aplicado, vai ver o saldo crescer um pouco mais rápido.

Setor imobiliário:
Muita gente pode adiar a compra da casa própria, porque as prestações dos financiamentos vão subir.

Inflação:
Com menos gente consumindo, a tendência é que a inflação recue nos próximos meses, mas ainda deve demorar para voltarmos à meta.

Em resumo:

  • Selic agora em 15% ao ano
  • Maior nível desde 2006
  • Decisão unânime do Copom
  • Foco total em controlar a inflação
  • Juros devem continuar altos por um período “bastante prolongado”
  • Previsão de início de cortes só em 2026

Fonte: CNN Brasil

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