
A gigante global de energia Shell negou estar em negociações com a rival BP, após uma reportagem do Wall Street Journal afirmar que as empresas estariam avaliando uma possível fusão. O rumor impulsionou fortemente as ações da BP nesta segunda-feira (24), que chegaram a subir mais de 10% na Bolsa de Nova York, alcançando US$ 32,94.
“Nenhuma negociação está em andamento”, afirmou um porta-voz da Shell, classificando a reportagem como “mais uma especulação de mercado”.
A declaração oficial veio pouco após a publicação do jornal norte-americano, que citou fontes anônimas próximas às conversas. Segundo a matéria, a Shell teria feito contatos exploratórios com a BP — o que, se confirmado, representaria uma das maiores fusões corporativas do setor de energia nas últimas décadas.
Empresas rivais, estratégias diferentes
Historicamente, Shell e BP sempre foram consideradas empresas “irmãs” no setor de petróleo e gás — com escala, influência e alcance globais semelhantes. No entanto, nos últimos anos, as duas seguiram caminhos distintos.
- A BP acelerou seu foco em energia limpa e transição energética, apostando em fontes renováveis, descarbonização e metas mais agressivas de neutralidade de carbono.
- Já a Shell adotou uma abordagem mais cautelosa, priorizando disciplina financeira, eficiência operacional e foco nos negócios centrais.
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A Shell, inclusive, vem realizando programas de corte de custos, recompra de ações e aumento de dividendos, o que agradou acionistas, mas levantou críticas de ambientalistas.
Por que o mercado reagiu?
Mesmo com a negativa da Shell, a especulação levantada pelo WSJ movimentou o mercado. Ações da BP dispararam, investidores ficaram atentos à possibilidade de consolidação no setor e analistas passaram a avaliar se uma fusão faria sentido estratégico.
Vale lembrar que os dois grupos enfrentam desafios similares:
- Queda da demanda por combustíveis fósseis no longo prazo
- Pressão regulatória e ambiental
- Volatilidade nos preços do petróleo
Uma possível fusão poderia criar sinergias, ampliar o portfólio global e fortalecer a capacidade de investimento em energias do futuro.
O que esperar?
Por enquanto, tudo indica que não há conversas concretas. A Shell reiterou seu compromisso com disciplina, desempenho e foco em gerar valor aos acionistas, deixando claro que não pretende abrir novas frentes neste momento.
Ainda assim, o rumor revela algo importante: o setor de energia está em ebulição, e a corrida pela liderança na transição energética pode motivar movimentos estratégicos agressivos nos próximos anos.
Fonte: Infomoney