ECONOMIA

Senado aprova aumento no número de deputados federais; custos chegam podem aumentar em R$95 milhões

O Senado Federal aprovou nesta semana um projeto de lei que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. A proposta tem como principal justificativa a atualização da representatividade dos estados, com base no crescimento populacional desde a última redistribuição de cadeiras, feita em 1994.

Mas essa medida traz impactos diretos aos cofres públicos, com estimativas de um custo extra de R$ 95 milhões por ano. Entenda os detalhes, os impactos financeiros e o que ainda falta para a proposta virar lei.

Por que o número de deputados vai aumentar?

A Constituição determina que o número de deputados por estado seja proporcional à população. Com base no último censo demográfico (IBGE, 2022), alguns estados cresceram muito em população, especialmente:

  • Santa Catarina
  • Pará
  • Amazonas
  • Mato Grosso
  • Ceará
  • Goiás

Por isso, o Congresso foi obrigado a atualizar a distribuição das cadeiras, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023, que deu prazo até 30 de junho de 2025 para o cumprimento da regra constitucional. Caso o prazo seja perdido, o TSE fará a redistribuição de forma unilateral, o que poderia tirar vagas de estados com perda populacional, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Para evitar perdas, o Congresso optou por aumentar o número total de cadeiras, sem que nenhum estado perca representantes.

Leia mais: Governo Central fica com déficit de R$40 bilhões em maio

Quanto vai custar aos cofres públicos?

O aumento de 18 cadeiras na Câmara dos Deputados representa um custo estimado de R$ 10 milhões por ano, considerando apenas os salários e benefícios dos novos parlamentares.

Mas o impacto maior está nas assembleias legislativas estaduais, por causa de um “efeito cascata”:
Segundo a Constituição, o número de deputados estaduais é proporcional ao número de deputados federais de cada estado.

Com isso, o projeto criaria mais 30 vagas de deputados estaduais em pelo menos 9 estados, o que geraria um gasto adicional de R$ 85 milhões por ano, segundo levantamento do G1.

Estados com maior impacto financeiro:

  • Mato Grosso: +R$ 22 milhões/ano
  • Amazonas e Pará também terão aumento relevante nas despesas

O que falta para valer?

O projeto foi alterado no Senado e, por isso, precisa retornar para a Câmara dos Deputados, que deve analisar e aprovar as mudanças até 30 de junho.

Depois, o texto segue para sanção presidencial.
Caso o Congresso não aprove dentro do prazo, o TSE definirá sozinho o novo número de deputados federais por estado, o que poderia gerar disputa política, já que estados com perda populacional seriam penalizados com a redução de cadeiras.

Vale a pena?

Para os defensores, o projeto corrige um desequilíbrio de representatividade que já durava 30 anos e que prejudicava os estados em crescimento.

Para os críticos, o custo extra de R$ 95 milhões por ano é injustificável num cenário de contenção de despesas públicas, déficit fiscal e baixa eficiência do Congresso.

Além disso, ampliar cadeiras em vez de redistribuir é visto por muitos como uma decisão política para evitar conflito com bancadas influentes que perderiam espaço com a redistribuição pura.

Resumo

  • Senado aprovou o aumento de 513 para 531 deputados federais
  • Proposta corrige desequilíbrios populacionais, sem reduzir cadeiras de nenhum estado
  • Custo adicional: R$ 95 milhões por ano (R$ 10 mi na Câmara + R$ 85 mi nas assembleias estaduais)
  • Projeto volta para a Câmara e precisa ser aprovado até 30 de junho de 2025
  • Se o prazo for perdido, o TSE definirá sozinho o novo número de deputados por estado

Fonte: Brasil Paralelo

LEAVE A RESPONSE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *