
A gigante do setor esportivo Nike anunciou nesta quinta-feira (26) que deverá enfrentar um custo adicional de cerca de US$ 1 bilhão em 2026 devido às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. O impacto afetará diretamente a receita do próximo ano fiscal antes da empresa implementar aumentos de preços e ajustes logísticos para compensar os efeitos.
Apesar do cenário desafiador, os resultados trimestrais surpreenderam positivamente o mercado, e as ações da companhia subiram cerca de 10% durante a teleconferência com investidores.
Diversificação para driblar a China
Hoje, 16% da cadeia de suprimentos da Nike ainda está concentrada na China, mas a empresa já traçou metas para reduzir essa dependência. A ideia é diminuir essa participação para um dígito alto até o verão de 2026 no Hemisfério Norte, buscando diversificar a produção em outros países da Ásia e da América Latina.
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Segundo a empresa, essa mudança é essencial para mitigar riscos geopolíticos e evitar novos impactos com tarifas ou restrições comerciais.
Queda nas vendas, mas lucros superam projeções
No trimestre mais recente, a Nike registrou:
- Receita: US$ 11,10 bilhões
- Lucro líquido: US$ 211 milhões
As vendas caíram 12% em relação ao mesmo período de 2024, reflexo de uma estratégia de reestruturação que inclui:
- Redução de estoques com descontos agressivos;
- Retorno ao modelo de vendas por atacado, o que impacta as margens;
- Menor tráfego nas lojas físicas, embora com sinais de leve recuperação recente.
Foco em novos mercados e inovação
O CEO Elliott Hill afirmou que a fase mais difícil do plano de recuperação “está ficando para trás” e que a empresa aposta em novas frentes para recuperar o crescimento, entre elas:
- Segmento feminino, com foco maior em produtos e marketing para mulheres;
- Parceria com Kim Kardashian, que deve lançar uma linha de roupas íntimas no final de 2025;
- Comércio digital, que segue em expansão global;
- Inovação de produtos, com novas linhas esportivas para correr, treinar e praticar yoga.
Impacto das tarifas e margens
A expectativa da empresa é que as tarifas tenham impacto de até 1 ponto percentual na margem bruta, especialmente nos dois primeiros trimestres do próximo ano fiscal.
No entanto, a elevação gradual de preços e a mudança de fornecedores devem suavizar esses efeitos ao longo do tempo, segundo a diretoria.
Concorrência apertada no setor
A Nike também enfrenta uma pressão crescente da concorrência, especialmente de marcas como Lululemon, Alo Yoga e até startups que crescem no comércio eletrônico. A retomada de fôlego financeiro e o realinhamento de estratégias são considerados essenciais para a empresa voltar a ganhar participação no mercado global.
- Tarifas dos EUA devem gerar impacto de US$ 1 bilhão na receita da Nike em 2026;
- Empresa vai subir preços e trocar fornecedores para mitigar perdas;
- Receita do trimestre: US$ 11,10 bilhões | Lucro: US$ 211 milhões;
- Vendas caíram 12%, mas ações subiram 10% após teleconferência otimista;
- Estratégia inclui foco no público feminino, expansão digital e nova parceria com Kim Kardashian.
Fonte: Infomoney