
A Ambev, gigante por trás de Skol, Brahma, Guaraná Antarctica e tantas outras marcas, já cortou pela metade as emissões diretas (escopos 1 e 2) — aquelas geradas nas fábricas e pelo uso de energia elétrica. Isso foi possível, entre outras coisas, pelo uso crescente de fontes renováveis e eficiência energética, como explica Luiz Gustavo Talarico, diretor de sustentabilidade da empresa.
“Temos um corpo técnico que olha as melhores práticas industriais desde 2002. Primeiro reduzimos o consumo e, depois, buscamos alternativas de energia limpa”, detalha.
Mas o grande gargalo são as emissões do escopo 3, que representam 89% de toda a pegada de carbono da companhia. Esse escopo inclui tudo que acontece antes e depois da fábrica: produção agrícola, transporte, embalagem, logística e descarte.
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Meta ousada, caminho complexo
A Ambev promete zerar todas as emissões até 2040. Segundo Talarico, a data foi definida porque:
A maior parte do impacto está fora do controle direto da empresa;
Há setores da cadeia que ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis;
É preciso construir soluções com centenas de fornecedores e parceiros.
Como?
A estratégia envolve:
- Plataforma Eclipse: que mapeia e engaja fornecedores para que eles também estabeleçam metas e inventários de emissões;
- Reduzir intensidade de carbono por litro de bebida, produzindo a mesma quantidade com menos impacto;
- Investir em pesquisa, agricultura sustentável e logística mais limpa.
Outros fronts verdes
Além da descarbonização, a Ambev também foca em:
Uso responsável da água (com fábricas “near zero” em consumo hídrico);
Incentivo à agricultura de baixo carbono junto a produtores parceiros.
ADM, resumo em uma linha:
A Ambev já fez metade da lição de casa, mas o maior desafio ainda está no campo, nas estradas e na ponta da cadeia — e exige colaboração ampla até 2040.
Fonte: Infomoney