As delegações do Mercosul e dos Emirados Árabes Unidos (EAU) estão reunidas em Brasília entre os dias 4 e 7 de novembro para a quarta rodada de negociações do acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano e o país árabe.
As tratativas ocorrem no Itamaraty e reúnem os negociadores-chefes de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e dos EAU, com grupos técnicos discutindo temas como comércio de bens, regras de origem, serviços, e aspectos institucionais e jurídicos.
Iniciadas em 2024, as conversas avançaram em ritmo acelerado, e fontes próximas às negociações afirmaram ao CNN Money que há chances reais de o acordo ser fechado ainda neste ano, já que as divergências entre as partes diminuíram consideravelmente.
Disputa central: petroquímicos
O principal ponto de impasse no momento envolve o pedido dos Emirados Árabes para zerar as tarifas de importação do Mercosul sobre cerca de 20 produtos petroquímicos.
O tema é sensível, especialmente para o Brasil, já que o setor petroquímico é estratégico e teme a concorrência direta com os árabes, grandes produtores de petróleo e derivados.
Comércio bilateral em alta
De acordo com o governo brasileiro, a corrente comercial entre Brasil e Emirados Árabes somou US$ 5,4 bilhões em 2024, com superávit de US$ 3,6 bilhões para o lado brasileiro.
Os principais produtos exportados pelo Brasil são carne de frango, carne bovina e açúcar, enquanto as importações se concentram em petróleo, ureia, enxofre e peças aeronáuticas.
Investimentos árabes crescentes no Brasil
Além do comércio, a parceria entre os dois países vem se fortalecendo com investimentos bilionários de grupos árabes no Brasil. Fundos e empresas como Mubadala, Abu Dhabi Investment Group (ADIG), Edge Group e DP World ampliaram significativamente sua presença em território brasileiro nos últimos anos.
Segundo diplomatas, a relação entre Brasil e Emirados Árabes já é vista como uma parceria estratégica e confiável, com potencial de expansão em setores como energia, infraestrutura, logística e tecnologia.
Fonte: CNN Brasil
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