O salário mínimo deve subir para R$ 1.621 em 2026, um aumento de R$ 103 em relação aos atuais R$ 1.518. O novo valor começa a valer em janeiro e cai no bolso do trabalhador no pagamento de fevereiro.
Pode parecer “só mais um reajuste”, mas esse aumento mexe com uma boa parte do orçamento público e afeta diretamente milhões de brasileiros. Não é só o salário mensal que muda: todos os benefícios que usam o mínimo como referência também sobem.
A seguir, explicamos ponto a ponto — no jeito Money Docs — como o reajuste impacta abono salarial, INSS, BPC, seguro-desemprego, CadÚnico, seguro-defeso e contratos de trabalho.
Abono salarial PIS/Pasep
O abono continua valendo até um salário mínimo, mas as regras de acesso vão mudar ao longo dos próximos anos.
Hoje, pode receber quem ganha até dois salários mínimos. Mas esse limite vai cair gradualmente até chegar a 1,5 salário mínimo por volta de 2035.
Com o aumento do mínimo, a renda máxima para ter direito ao abono passa a ser R$ 2.640, e o valor do benefício continua sendo calculado da mesma forma: salário mínimo dividido por 12, multiplicado pelo número de meses trabalhados.
Em 2026, o abono vai variar de R$ 135,08 a R$ 1.621.
O calendário oficial de pagamento será divulgado no dia 16.
INSS
Para quem recebe o piso do INSS, o benefício sobe automaticamente para R$ 1.621 em 2026.
Quem ganha acima do salário mínimo segue outro índice: o INPC acumulado até novembro, que ficou em 4,18%.
O valor final será confirmado no início do ano, junto com o calendário oficial.
BPC (Benefício de Prestação Continuada)
O BPC garante um salário mínimo para idosos acima de 65 anos ou pessoas com deficiência. Com o reajuste, o benefício também vai para R$ 1.621.
Aqui vale lembrar algumas coisas importantes (que muita gente confunde):
– Não precisa ter contribuído para o INSS.
– O BPC não paga 13º salário.
– Não deixa pensão por morte.
– A renda familiar por pessoa precisa ser igual ou menor a 1/4 do mínimo, o que agora significa R$ 405,25.
– A família deve estar no CadÚnico.
– Pessoas com deficiência passam por avaliação médica e social.
Seguro-desemprego
O seguro-desemprego nunca pode ser inferior ao salário mínimo. Logo, com o reajuste, o valor mínimo pago sobe para R$ 1.621.
As faixas usadas para calcular o benefício também serão atualizadas com base no INPC de 4,18%.
Lembrando quem tem direito:
– Trabalhador demitido sem justa causa.
– Com tempo mínimo de recebimento conforme a quantidade de solicitações.
– Sem renda própria.
– Sem receber outro benefício da Previdência (exceto pensão por morte ou auxílio-acidente).
Trabalho intermitente
No contrato intermitente, o salário é por hora trabalhada. O valor da hora não pode ser menor que o equivalente ao salário mínimo.
Com o novo mínimo, a diária mínima desse tipo de contrato sobe para R$ 54,04.
CadÚnico
O CadÚnico é a porta de entrada para programas como Bolsa Família, Pé-de-Meia, Auxílio Gás, Tarifa Social e Minha Casa Minha Vida.
Famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa podem se cadastrar. Com o reajuste, o limite sobe para R$ 810,50 por pessoa.
Seguro-defeso
O seguro-defeso, pago a pescadores artesanais durante o período em que a pesca de certas espécies é proibida, também passa a valer R$ 1.621.
O governo endureceu as regras para evitar fraudes. Agora, o pescador precisa:
– Morar em área abrangida ou vizinha ao defeso.
– Apresentar notas fiscais de venda de pescado em seis dos 12 meses anteriores.
– Estar inscrito no CadÚnico e ter cadastro biométrico.
O peso desse aumento no orçamento
Todo reajuste do salário mínimo tem efeito em cascata. Cada real a mais no piso movimenta milhões em gastos obrigatórios do governo ao longo do ano. Com o salto para R$ 1.621, Previdência, assistência social e seguro-desemprego ficam mais caros — o que explica por que o anúncio sempre vem acompanhado de muita conta e pouco entusiasmo em Brasília.
Via: CNN Brasil


