Em um momento de forte tensão comercial, Estados Unidos e China retomam as negociações nesta segunda-feira (9), em Londres, com o objetivo de conter os danos de uma escalada tarifária que tem afetado cadeias produtivas em todo o mundo.
As duas maiores economias do planeta se enfrentam em uma nova fase da disputa, agora centrada não apenas em tarifas de importação, mas também em restrições à exportação de minerais estratégicos e tecnologia.
A guerra comercial se intensificou
Desde que Donald Trump reassumiu a presidência dos EUA, em janeiro, a retórica agressiva e novas ordens tarifárias voltaram a dominar o cenário. A China respondeu restringindo as exportações de terras raras, materiais essenciais para indústrias como a de semicondutores, carros elétricos, aviões e defesa militar.
As tensões pioraram, e a incerteza impactou mercados e investidores globais. Os efeitos chegaram a fábricas na Europa, empresas asiáticas e multinacionais americanas, que dependem dessas matérias-primas.
Um telefonema decisivo
Quatro dias antes da reunião de Londres, Trump e o presidente chinês Xi Jinping conversaram por telefone pela primeira vez desde o início do novo mandato. A conversa, descrita como “positiva” por Trump, teve foco no comércio e teria destravado um gesto importante: o retorno das exportações chinesas de minerais e ímãs para os EUA.
Quem está negociando?
A delegação americana é liderada por:
- Scott Bessent – Secretário do Tesouro
- Howard Lutnick – Secretário de Comércio
- Jamieson Greer – Representante Comercial dos EUA
Do lado chinês, o comando é do vice-primeiro-ministro He Lifeng.
A presença de Lutnick, responsável por controlar exportações sensíveis nos EUA, indica que as barreiras tecnológicas e minerais estarão no centro das discussões.
O que foi acordado até agora?
Na última rodada de negociações em Genebra, os países firmaram um acordo provisório de 90 dias para reverter parte das tarifas aplicadas desde janeiro. Mas os EUA acusaram a China de atrasar o cumprimento do acordo, especialmente na questão das remessas de terras raras — críticas para a indústria americana.
A expectativa agora é que o encontro em Londres destrave de vez esses compromissos e abra caminho para um tratado comercial mais robusto.
Por que isso importa?
Esse embate entre duas potências comerciais não se resume a EUA e China. Ele afeta:
- Cadeias globais de produção, da indústria automotiva à de tecnologia
- Empresas brasileiras que dependem de exportações ou importações intermediárias
- Investidores, que enfrentam volatilidade nos mercados
Qualquer sinal de trégua pode aliviar bolsas de valores e aquecer a confiança dos negócios.
E o Brasil?
O Brasil, como grande exportador de commodities e integrante de cadeias produtivas globais, sofre com a instabilidade no comércio internacional. Mas, ao mesmo tempo, pode se beneficiar caso haja uma realocação de fornecedores por parte das empresas globais tentando escapar da guerra tarifária.
O que esperar das negociações?
Segundo analistas, um acordo completo ainda parece distante, mas qualquer avanço na confiança mútua já será positivo.
Para os investidores e empresários, acompanhar os desdobramentos desta reunião em Londres é essencial. Afinal, o que está em jogo não é apenas a relação entre dois países, mas o equilíbrio do comércio global nos próximos anos.
Fonte: CNN Brasil