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FGC: o “seguro” que salva sua grana se o banco der ruim (e você nem precisa pagar por isso)

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Se você é um investidor conservador — aquele que dorme melhor sabendo que seu dinheiro está seguro — já deve ter ouvido falar do FGC, o famoso Fundo Garantidor de Créditos.
E se você não é conservador… provavelmente já ouviu também quando te mandaram montar uma reserva de emergência (se não montou até hoje… fica a dica ).

Mas afinal de contas:
o que é o FGC? quem paga isso? até quanto ele te protege?
Vem tranquilo, porque hoje é explicação sem economês, sem enrolação e com uma pitada de humor.

O que é o FGC?

O FGC é basicamente o “airbag financeiro” do seu investimento: ele abre quando o banco bate.

Falando bonito:
É uma instituição privada e sem fins lucrativos, criada lá em 1995, que protege o investidor se a instituição em que ele colocou o dinheiro quebrar, entrar em intervenção ou sofrer liquidação extrajudicial.

Detalhe importante:
Ele não é do governo.
Ele não usa dinheiro público.
Ele vive do dinheiro que os próprios bancos depositam mensalmente.

Ou seja, os bancos pagam uma mesadinha pro FGC, e o FGC te salva quando um deles faz besteira.
Simples, eficiente e sem drama.

Quem mantém o FGC?

O fundo existe porque 231 instituições (entre bancos e financeiras) contribuem com:

0,01% de todo o dinheiro depositado pelos clientes, todos os meses.

Isso gera uma bolada de respeito:
o FGC tem cerca de R$ 60 bilhões em caixa para proteger o mercado.

Algumas instituições que fazem parte:

  • Caixa Econômica Federal
  • Bancos comerciais
  • Bancos múltiplos
  • Bancos de investimento
  • Financeiras
  • Associações de poupança
  • Sociedades de crédito imobiliário
  • Entre várias outras

Ou seja: quase todo mundo sério e regulamentado do sistema financeiro.

Até quanto o FGC garante?

Agora vem a parte que todo mundo quer saber:

Até R$ 250 mil por CPF por instituição (conglomerado financeiro)

Com limite total de R$ 1 milhão renovado a cada 4 anos

Exemplo rápido (e importante):

Você tem R$ 200 mil no Banco A pela Corretora X
Tem outros R$ 300 mil na Corretora Y
Ambas pertencem ao mesmo Banco A

Você NÃO tem R$ 500 mil garantidos.
Tem só R$ 250 mil
, porque é o mesmo conglomerado.

Agora…

Se você divide entre bancos diferentes:
Aí sim você pode atingir o limite total de R$ 1 milhão, somando proteções de vários bancos distintos.

Quais investimentos o FGC protege?

Ele não protege tudo.
Mas protege os investimentos mais clássicos da renda fixa:

Poupança
Depósito à vista
CDB
RDB
LCI / LCA
LC / LH
Algumas operações compromissadas
Contas específicas usadas para pagamento de salários e benefícios

E o Tesouro Direto?

Não é coberto.
Mas calma, não é porque é ruim — é porque ele é garantido por alguém maior:

O próprio Governo Federal

Ou seja, pra você perder dinheiro no Tesouro…
o Brasil teria que quebrar.
Junto com bancos, sistema financeiro e praticamente tudo.
Nesse momento, amigo… o FGC seria o menor dos seus problemas.

Também não entram no FGC:

  • Fundos de investimento
  • ETFs
  • Debêntures
  • COEs

E se o banco quebrar? Como o FGC paga?

Se a instituição entrar em liquidação:

O Banco Central solta o comunicado oficial
O “liquidante” monta uma lista de quem tem direito
O FGC analisa os valores
Um edital é publicado com os locais de pagamento
A grana é liberada

Prazo médio histórico: 3 meses

Você nem precisa provar nada na hora — se seu nome estiver na lista, só sacar.
Se estiver fora por algum erro, aí sim deve entrar em contato com a instituição.

Conclusão rápida (pra você não esquecer

  • O FGC é a rede de proteção da renda fixa
  • Ele te cobre até R$ 250 mil por banco, com limite de R$ 1 milhão por CPF
  • É mantido pelos bancos, não pelo governo
  • Protege CDB, poupança, LCI, LCA e outros clássicos
  • Não protege Tesouro Direto, fundos ou debêntures
  • Pagamento costuma sair em até 3 meses se um banco quebrar

E acima de tudo:
É uma das ferramentas mais importantes para proteger seu patrimônio.

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