O “Oráculo de Omaha” pode estar prestes a dar uma pausa nas palavras, mas não nas ações. Aos 95 anos, Warren Buffett anunciou em sua tradicional carta anual aos acionistas da Berkshire Hathaway — uma tradição iniciada em 1965 — que deixará de escrever o relatório anual da empresa após este ano.
Mas calma: ele ainda não está pendurando o terno de investidor. Buffett continuará enviando uma mensagem especial no Dia de Ação de Graças e promete intensificar suas doações bilionárias, que somam nada menos que US$ 149 bilhões em ações da Berkshire.
Um bilionário que sempre falou com simplicidade
Conhecido tanto por seus acertos no mercado quanto por sua linguagem acessível, Buffett construiu uma reputação quase mítica no mundo dos investimentos — sem nunca parecer inatingível. Suas cartas anuais viraram leitura obrigatória para investidores, economistas e curiosos do capitalismo.
Nesta última, ele anunciou ter convertido 1.800 ações, avaliadas em cerca de US$ 1,35 bilhão, em ações do tipo “B” — mais acessíveis — e distribuído para quatro fundações da família Buffett.
“Quero garantir que todo o meu patrimônio seja doado ainda em vida, antes que outras pessoas assumam essas decisões”, escreveu o investidor.
Greg Abel assume o trono (ou o trilhão)
O sucessor já está definido: Greg Abel, 63 anos, vice-presidente de operações não relacionadas a seguros da Berkshire. Buffett o elogiou dizendo que Abel “superou todas as expectativas”. Nada mal para quem está prestes a comandar uma empresa de US$ 1 trilhão em valor de mercado.
As ações da Berkshire subiram mais de 10% em 2025, mostrando que a confiança no legado de Buffett continua firme.
Ainda ativo — e bem-humorado
Mesmo aos 95, o investidor garante que segue firme no trabalho:
“Para minha surpresa, geralmente me sinto bem. Me movo devagar e leio com mais dificuldade, mas ainda vou ao escritório cinco dias por semana.”
Ou seja: o homem que transformou a paciência em estratégia de investimento ainda não desistiu da rotina.
O veredito final
Buffett pode estar preparando o adeus às suas lendárias cartas, mas não à sua missão. Seu foco agora será o legado filantrópico — e, claro, continuar inspirando investidores com a mesma filosofia que o levou ao topo: comprar com sabedoria, manter com paciência e viver com propósito.
Afinal, quando se é Warren Buffett, até o silêncio fala alto.
Fonte: CNN Brasil
Leia mais: Crise do metanol derruba em 31% o consumo de bebidas destiladas em São Paulo


