O HSBC Holdings surpreendeu o mercado financeiro ao apresentar uma proposta avaliada em US$ 13,6 bilhões para fechar o capital do Hang Seng Bank, uma das instituições mais tradicionais de Hong Kong. A operação reforça a estratégia do grupo britânico de concentrar suas operações na Ásia, região que responde por grande parte de seus lucros, e simplificar sua estrutura global, que vem passando por ampla reestruturação nos últimos meses.
Oferta bilionária e prêmio de 30%
De acordo com o comunicado divulgado nesta quinta-feira (9), o HSBC ofereceu 155 dólares de Hong Kong por ação (equivalentes a US$ 19,92), atribuindo ao Hang Seng um valor total de mercado de cerca de US$ 37,3 bilhões.
Atualmente, o grupo britânico já detém 63% das ações do Hang Seng Bank, que tem enfrentado dificuldades em meio à prolongada desaceleração do setor imobiliário comercial de Hong Kong.
A proposta representa um prêmio de 30% sobre o último preço de fechamento dos papéis do Hang Seng. A reação imediata do mercado foi intensa: as ações do banco chegaram a subir 27% após o anúncio, enquanto os papéis do próprio HSBC recuaram 6,7% na Bolsa de Hong Kong.
Objetivo: estrutura mais enxuta e ágil
Em nota oficial, o HSBC destacou que a transação “está alinhada à prioridade estratégica de expandir os negócios em Hong Kong e tornar o grupo mais simples e ágil”. O movimento é visto como parte do esforço contínuo da instituição para reduzir camadas de gestão, melhorar a eficiência operacional e integrar suas unidades regionais sob uma estrutura unificada.
Segundo Michael Makdad, analista da Morningstar, o valor do prêmio “não surpreende o mercado” e reflete a tentativa do HSBC de eliminar sobreposições que dificultam a tomada de decisão. “Embora o negócio possa não alterar substancialmente a estimativa de valor justo do HSBC, a operação é positiva e há muito tempo necessária, já que a estrutura atual de empresa controladora e subsidiária listadas separadamente cria desafios de governança”, afirmou.
Reestruturação em andamento
Desde que Georges Elhedery assumiu como presidente-executivo em setembro de 2024, o HSBC tem conduzido uma das maiores reestruturações da história recente do banco.
Entre as medidas adotadas estão a fusão das divisões de banco comercial e de investimento, a redução de um terço do comitê executivo global e o foco em mercados estratégicos da Ásia-Pacífico, especialmente Hong Kong e Singapura.
O grupo vem gradualmente se desfazendo de operações consideradas não essenciais, incluindo partes de seus negócios na França, Canadá e América Latina, e redirecionando recursos para sua base asiática — uma das mais lucrativas do mundo.
Retirada da Bolsa e próximos passos
O HSBC confirmou que, após a conclusão da operação, pretende retirar o Hang Seng Bank da Bolsa de Hong Kong e não planeja aumentar o valor ofertado.
Analistas avaliam que o fechamento de capital permitirá uma gestão mais integrada e reduzirá custos de governança e compliance, além de fortalecer o controle direto do HSBC sobre sua subsidiária local.
Com essa jogada, o grupo britânico reforça sua intenção de consolidar a posição de liderança no setor bancário asiático, ao mesmo tempo em que se adapta a um cenário global desafiador, marcado por altas taxas de juros, tensões geopolíticas e mudanças no fluxo de capitais internacionais.
Fonte: CNN Brasil
Leia mais: Como Identificar Promessas Falsas e Proteger Seu Dinheiro
 
				 
															

