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Bilionários ameaçam deixar Nova York após eleição de socialista Zohran Mamdani

Nova York vai começar 2026 com uma grande mudança política: o socialista democrata Zohran Mamdani foi eleito prefeito e assume o cargo em 1º de janeiro. Mas, antes mesmo de tomar posse, ele já está assustando parte da elite financeira da cidade — e alguns bilionários cogitam fazer as malas.

Empresários ameaçam deixar a cidade

Um dos mais vocales é o investidor Barry Sternlicht, CEO da Starwood Property Trust, que disse ao Daily Mail que sua empresa está “seriamente considerando” sair de Nova York.

Sternlicht, que lidera um grupo com quase US$ 30 bilhões em ativos, teme que uma gestão de esquerda incentive inquilinos a parar de pagar aluguel.

“A extrema esquerda começa a dizer que inquilinos não precisam pagar. E se você não pode despejar quem não paga, o vizinho também deixa de pagar. Daqui a pouco, Nova York vira Mumbai”, disse ele, comparando a cidade americana à metrópole indiana conhecida por superlotação e moradias precárias.

Durante a campanha, Mamdani prometeu reforçar as leis de proteção contra despejos, mas nunca defendeu abertamente o “não pagamento” de aluguel.

Quem é Barry Sternlicht

Sternlicht é uma das figuras mais conhecidas do mercado imobiliário americano. Além da Starwood Property Trust, ele também comanda o Starwood Capital Group, que financia empreendimentos de luxo, como The Greenwich, do arquiteto Rafael Viñoly, e uma torre residencial de 46 andares em Long Island City.

Mesmo assim, o bilionário não poupou críticas ao novo prefeito:

“O socialismo nunca funcionou em lugar nenhum”, disse ele à CNBC.

Empresários divididos

Apesar da reação negativa, nem todos os bilionários estão fugindo.
O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, e o gestor Bill Ackman — que criticaram Mamdani durante a campanha — agora dizem que estão dispostos a ajudá-lo.

Já outros empresários, antes mais radicais, começaram a recuar.
O gestor de fundos Ricky Sandler, que comanda US$ 7,8 bilhões, chegou a ameaçar mudar sua empresa após Mamdani vencer as primárias democratas.
Mas, na semana passada, ele disse no X (antigo Twitter) que ainda não pretende sair, embora tenha alertado para uma possível “crise fiscal” e piora na segurança pública.

“Minha maior preocupação é a segurança e a qualidade de vida”, afirmou Sandler.

Supermercados públicos e mais polêmica

Outro empresário crítico é John Catsimatidis, dono da rede Red Apple, que controla os supermercados Gristedes e D’Agostino.

Ele também ameaçou mudar a sede da empresa para estados “mais amigáveis”, como a Flórida, após Mamdani propor a criação de mercearias públicas subsidiadas, sem pagamento de aluguel ou impostos.
A ideia é vender produtos a preço de atacado, em parceria com fazendeiros e pequenos produtores locais.

“Acho que muitos empresários estão reduzindo sua exposição à cidade de Nova York”, disse Catsimatidis à Forbes.

E o que vem por aí?

Por enquanto, ninguém apresentou planos concretos de deixar Nova York, mas o clima entre os investidores segue tenso.
A posse de Mamdani promete testar o equilíbrio entre justiça social e ambiente de negócios, algo que a cidade tenta conciliar há décadas.

Se o novo prefeito conseguir entregar um governo eficiente, pode acalmar os mercados.
Mas, se falhar, o medo dos bilionários pode virar realidade — e o dinheiro começar a sair da Big Apple.

Fonte: Infomoney

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