O primeiro-ministro da China, Li Qiang, afirmou nesta quarta-feira (5) que o país deve ultrapassar a marca de 170 trilhões de iuanes (US$ 23,87 trilhões) até 2030 — uma previsão que, segundo ele, representa “uma grande oportunidade de mercado para o mundo”.
A fala aconteceu durante a CIIE (China International Import Expo), em Xangai. No evento, Li aproveitou para mandar um recado ao mercado global: as tarifas e restrições comerciais estão “minando seriamente as regras internacionais e afetando a operação normal das empresas”.
Sem citar nomes (mas todos entenderam o destinatário), o primeiro-ministro cutucou os Estados Unidos, dizendo que a China quer reformar o sistema de comércio internacional para torná-lo “mais justo e transparente”, principalmente para países em desenvolvimento.
Metas ambiciosas, mas dentro do roteiro
A China prevê que seu PIB ultrapasse 140 trilhões de iuanes ainda em 2025, e o salto para 170 trilhões até 2030 está alinhado com o novo plano quinquenal do país, que projeta crescimento médio de 4,17% ao ano.
A feira internacional — criada em 2018 pelo presidente Xi Jinping — busca reforçar a imagem da China como defensora do livre comércio. No entanto, críticos apontam que o superávit comercial chinês só cresceu desde então, o que gera desconfiança sobre o real equilíbrio nas trocas globais.
Trégua (temporária?) com os EUA
Recentemente, Xi Jinping e o presidente Donald Trump se reuniram na Coreia do Sul para tentar uma trégua comercial.
O acordo incluiu a redução de tarifas por parte dos EUA e o retorno da China às compras de soja americana — além da suspensão de restrições à exportação de minerais e ímãs raros.
Mas, segundo analistas, o clima de paz pode ser passageiro. “É mais um cessar-fogo do que um tratado de paz”, resumiu um economista ouvido por agências internacionais.
A mensagem de Li Qiang
Encerrando seu discurso, o primeiro-ministro reforçou o convite a empresas estrangeiras:
“Deixem que as empresas de todo o mundo se desenvolvam na China com mais tranquilidade, mais conforto e mais confiança.”
Em outras palavras, a China promete abrir as portas — mas segue decidida a ser a fábrica (e talvez o caixa) do mundo.
Fonte: CNN Brasil
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