O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta terça-feira (4) que quer ampliar os investimentos e a cooperação com a Rússia, apesar do cenário global “turbulento”. A declaração foi feita durante um encontro com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, no Grande Salão do Povo, em Pequim.
A visita acontece em um momento estratégico: a Rússia enfrenta fortes sanções ocidentais devido à guerra na Ucrânia e tenta reduzir o impacto econômico com ajuda do parceiro chinês.
Xi destacou que “proteger, consolidar e desenvolver as relações entre China e Rússia é uma escolha estratégica para ambos os lados”. O líder chinês citou setores como energia, agricultura, aeroespacial, economia digital e desenvolvimento verde como pilares para impulsionar novos motores de crescimento conjunto.
Por sua vez, Mishustin reforçou a necessidade de criar condições favoráveis para atrair investimentos bilaterais e apoiar projetos conjuntos, segundo a agência russa Tass.
Parceria “sem limites” e desafios atuais
Desde a assinatura da parceria “sem limites” entre Xi Jinping e Vladimir Putin, em fevereiro de 2022 — poucos dias antes da invasão da Ucrânia —, os dois países vêm estreitando laços econômicos e energéticos. O comércio entre as nações chegou a níveis recordes, com aumento de acordos em iuan e forte cooperação no setor de energia.
Entretanto, o cenário atual é de cautela. Nos últimos meses, o comércio entre China e Rússia sofreu uma leve queda, em meio à pressão dos EUA sobre Pequim e à recente decisão das estatais chinesas de suspender compras marítimas de petróleo russo após sanções contra a Rosneft e a Lukoil, conforme informou a Reuters.
Em um comunicado conjunto, divulgado no site do governo russo, os dois países se comprometeram a “fortalecer a cooperação em todas as esferas e responder adequadamente aos desafios externos”.
A Rússia também reiterou seu apoio ao princípio de “uma só China”, posicionando-se contra qualquer movimento de “independência de Taiwan” — tema considerado inegociável por Pequim.
Resumo:
Mesmo diante da pressão ocidental e da desaceleração recente no comércio, China e Rússia reforçam a parceria estratégica e prometem manter os laços firmes em energia, tecnologia e investimentos — um sinal de que a aliança entre Pequim e Moscou segue viva e pragmática, apesar do clima geopolítico cada vez mais tenso.
Fonte: CNN Brasil
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