O IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,43% em abril, abaixo dos 0,64% de março, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (25). Apesar da desaceleração, o índice acumula 5,49% em 12 meses – acima do teto da meta de inflação (4,5%) –, reforçando a expectativa de que o Banco Central (BC) eleve a Selic para 15% na próxima reunião do Copom.
Principais destaques do IPCA-15 (abril/2025)
Indicador | Variação |
---|---|
IPCA-15 (abril) | +0,43% |
IPCA-15 (março) | +0,64% |
Acumulado no ano | +2,43% |
Acumulado em 12 meses | +5,49% |
Meta de inflação (2025) | 3% (±1,5 p.p.) |
Itens que mais subiram:
- Alimentação no domicílio (+0,67%)
- Transportes (+0,52%)
- Serviços (+0,55%)
Itens que mais caíram:
- Passagens aéreas (-14,38%)
- Energia elétrica (-1,2%)
Por que o BC deve subir a Selic para 15%?
Inflação desancorada:
- Serviços (+7,5% em 3 meses) e preços industriais (+6%) seguem pressionados.
- Expectativas para 2025: Projeção de 5,6% (acima da meta).
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Copom deve agir:
- Próxima reunião (maio/junho): Alta de 0,50 p.p. (Selic a 15%).
- Reunião seguinte: Possível ajuste de +0,25 p.p., levando a taxa a 15,75% até o fim do ano.
Riscos inflacionários:
- Hiato do produto positivo (economia aquecida).
- Pressão cambial (desvalorização do real).
- Volatilidade em alimentos e energia (bandeira amarela pode retornar).
O que dizem os economistas?
- Igor Cadilhac (PicPay): “O cenário qualitativo foi ruim. Serviços e indústria ainda pressionam a inflação.”
- Flávio Serrano (Banco BMG): “Núcleos de inflação estão em ~6% anuais, muito acima da meta.”
- Étore Sanchez (Ativa Investimentos): “Passagens aéreas surpreenderam negativamente, mas o dado não muda a trajetória do BC.”
O que esperar agora?
- BC deve manter o aperto monetário até a inflação convergir para a meta.
- Juros altos por mais tempo: Selic pode ficar em 15,75% até dezembro.
- Impacto no crédito: Empréstimos e financiamentos devem ficar mais caros.
Resumo: Apesar da leve desaceleração, a inflação ainda preocupa, e o Banco Central deve continuar subindo os juros para controlá-la.
(Fonte: IBGE, análise de economistas)