Durante encontro com o presidente russo Vladimir Putin, nesta sexta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas diretas à política comercial dos Estados Unidos, especialmente às tarifas aplicadas pelo ex-presidente Donald Trump sobre produtos importados de diversos países, incluindo o Brasil.
Lula afirmou que essas medidas unilaterais — como as tarifas de até 25% sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio — são um retrocesso no comércio global e prejudicam o multilateralismo, ou seja, a cooperação entre várias nações em condições justas.
“Essas decisões jogam por terra o livre comércio e o respeito à soberania dos países”, disse Lula durante a reunião, transmitida ao vivo direto de Moscou.
Brasil pode recorrer à OMC e aplicar tarifas recíprocas
Apesar de o Brasil ter sido um dos países menos afetados, com uma tarifa geral de 10%, setores estratégicos como o de aço e alumínio foram duramente atingidos. Segundo Lula, caso não haja avanço nas negociações com os EUA para isenção ou criação de cotas de exportação, o Brasil pode levar a disputa à Organização Mundial do Comércio (OMC) e aplicar medidas de retaliação comerciais.
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Rússia é vista como oportunidade de crescimento nas exportações brasileiras
Além das críticas aos EUA, Lula reforçou o desejo de estreitar os laços comerciais com a Rússia. Ele destacou que há espaço para crescer em áreas como ciência, tecnologia, cultura e comércio.
“Temos a chance, neste momento histórico, de fazer nossa relação comercial crescer muito”, afirmou Lula, lembrando que o Brasil atualmente tem um déficit comercial com a Rússia.
Parceria estratégica no BRICS ganha força
Brasil e Rússia fazem parte do grupo BRICS, um bloco de economias emergentes que agora conta com 10 países-membros, incluindo China, Índia, África do Sul, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O grupo vem ganhando peso no cenário internacional e pode se tornar uma alternativa importante frente a blocos liderados por países desenvolvidos.
A visita de Lula à Rússia ocorreu durante as celebrações dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, marcadas por um grande desfile militar que também contou com a presença do presidente da China, Xi Jinping.
Fonte: CNN Brasil