ECONOMIA

Mercado reduz projeção da inflação pela 3ª semana seguida após IPCA abaixo do esperado

A expectativa do mercado financeiro para a inflação de 2025 voltou a cair pela terceira semana consecutiva, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central (BC). O recuo vem após a divulgação do IPCA de setembro, que subiu menos do que o esperado e trouxe alívio aos analistas.

Inflação projetada em 4,72% para 2025

De acordo com o levantamento, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — considerado a inflação oficial do país — passou de 4,80% para 4,72% em 2025. Já para 2026, o mercado manteve a estimativa em 4,28%.

Na semana passada, o IBGE informou que o IPCA subiu 0,48% em setembro, após ter recuado 0,11% em agosto. Em 12 meses, o índice acumula alta de 5,17%, resultado que ficou abaixo da mediana das expectativas compiladas pela agência Reuters.

O centro da meta oficial de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o que significa que o BC trabalha para manter o IPCA entre 1,5% e 4,5%.

PIB e juros seguem estáveis nas projeções

Apesar da melhora na inflação, as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) permaneceram estáveis, com crescimento estimado de 2,16% em 2025 e 1,80% em 2026.

As expectativas para a taxa Selic também não mudaram: o mercado espera que os juros básicos terminem 2025 em 15,0% ao ano e 2026 em 12,25%.

O foco dos analistas, agora, está no comportamento do Comitê de Política Monetária (Copom), que tem sinalizado cautela diante do cenário internacional e da desancoragem das expectativas de longo prazo.

Dólar em leve queda

A projeção para o dólar em 2025 também apresentou leve recuo: caiu de R$ 5,53 para R$ 5,50, enquanto a cotação esperada para o final deste ano permaneceu em R$ 5,45.

A leve valorização do real ocorre em meio à melhora no cenário externo, com expectativas de corte de juros nos Estados Unidos e queda nos preços internacionais do petróleo, o que tende a reduzir pressões inflacionárias no Brasil.

Contexto econômico

A redução consecutiva nas estimativas do IPCA reflete uma visão mais otimista do mercado quanto à política monetária e ao comportamento dos preços nos próximos meses.

Ainda assim, o patamar atual da inflação e dos juros mostra que o processo de desinflação segue lento, exigindo atenção às próximas decisões do Banco Central.

Com o IPCA controlado e o PIB estável, o desafio do governo e do BC é manter o equilíbrio entre crescimento econômico e controle inflacionário, em um cenário global ainda incerto e com pressões fiscais internas.

Fonte: CNN Brasil

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