NEGÓCIOS

Co-fundador do PayPal vende suas ações da Nvidia, e o mercado começa a suar frio com a “bolha da IA”

Em meio àquele papo eterno de “tem bolha ou não tem bolha na inteligência artificial?”, a Nvidia — a queridinha do mercado e, por um tempo, a empresa mais valiosa de Wall Street — começou a sentir um friozinho na espinha. Isso porque mais um investidor gigante deu tchau e caiu fora: Peter Thiel, bilionário, cofundador do PayPal, da Palantir e famoso por não ter papas na língua quando enxerga exagero no mercado.

Segundo documentos divulgados no fim de semana, Thiel vendeu 100% de sua participação na Nvidia. Sim, zerou total. Entre julho e setembro, ele se desfez de aproximadamente 537.742 ações, e no fechamento do trimestre, em 30 de setembro, já não tinha nem um mísero papel da empresa.

E não parou por aí:
— Reduziu posição na Tesla;
— Aumentou apostas em Apple e Microsoft (basicamente, voltou pros “tios seguros” da tecnologia).

A saída de Thiel não aconteceu no vácuo. Dias antes, o SoftBank, grupo japonês conhecido por investimentos gigantescos, anunciou que vendeu US$ 5,8 bilhões em participações da Nvidia. Resultado? O mercado começou a olhar para os gráficos com mais cuidado e pensar: “Hmm… será que o foguete da IA tá começando a perder combustível?”

E tem mais gente entrando na onda da cautela: Michael Burry, o investidor que previu a crise de 2008 (aquele mesmo do filme “A Grande Aposta”), colocou dinheiro em opções de venda contra a Nvidia — cerca de US$ 1 milhão apostando na queda.

Thiel, aliás, já vinha dando sinais. No começo do ano, ele avisou que a avaliação da Nvidia estava “inflada demais” e comparou o movimento recente das big techs ao auge (e depois desastre) da bolha das ponto-com, entre 1999 e 2000. Não é pouca coisa.

O assunto também apareceu no Web Summit Lisboa, onde Jack Selby, sócio de Thiel, virou para a plateia e basicamente disse: “Galera, o hype já passou. O mercado viajou bonito na expectativa.” Ou seja, a IA continua gigante? Sim. Mas as projeções estavam lá no espaço — e talvez fosse hora de trazer tudo um pouquinho mais pra Terra.

Fonte: Startups