As ações da Petrobras (PETR4) operavam em alta de 0,29%, cotadas a R$ 31,10 por volta das 11h desta sexta-feira (7), depois da divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025, que veio acima das expectativas e reforçou a solidez operacional da estatal — segundo analistas de mercado.
Balanço acima do esperado
O Bradesco BBI destacou que a petroleira reportou um Ebitda de US$ 11,9 bilhões no 3T25 — 7% acima da projeção do próprio banco e 4% acima do consenso de mercado.
Com esse desempenho, a Petrobras anunciou dividendos de US$ 2,3 bilhões, superando as previsões, mesmo com investimentos mais altos que o esperado: US$ 4,9 bilhões, ante uma expectativa de US$ 4,2 bilhões.
Mas o BBI fez um alerta: esse ritmo de investimentos, que vem se mantendo elevado ao longo do ano, pode ofuscar os bons resultados operacionais, especialmente com a pressão da inflação na cadeia de suprimentos offshore.
Expectativas para o Plano Estratégico
Os analistas Vicente Falanga e Ricardo França, do Bradesco BBI, afirmam que agora o mercado deve voltar as atenções à atualização do Plano Estratégico da Petrobras, prevista para 27 de novembro.
Apesar disso, eles não esperam grandes surpresas — o plano deve trazer poucas mudanças nos investimentos e uma curva de produção mais forte, mas sem alterar significativamente o rumo da companhia.
O banco projeta ainda queda no rendimento dos dividendos, que deve recuar de 10% em 2025 para 8% em 2026, à medida que aumentam as fusões e aquisições e os investimentos em etanol de milho. Mesmo assim, o BBI mantém recomendação de compra para PETR4, considerando o papel barato frente aos fundamentos.
BTG reforça confiança, mas sem festa de dividendos extras
O BTG Pactual também elogiou o desempenho da Petrobras, ressaltando o Ebitda acima das estimativas e a geração de caixa sólida.
Para o banco, a estatal mantém um bom equilíbrio entre investimentos e retorno, mas é improvável que haja dividendos extraordinários — já que o cenário mistura investimentos mais altos e preços do petróleo mais baixos.
Ou seja: nada de “chuva de dividendos” por enquanto, mas o fluxo de caixa segue forte.
O que importa para o investidor
O especialista José Áureo Viana, sócio da Blue3 Investimentos, lembra que o ponto-chave agora é a qualidade da alocação de capital.
“Se a empresa mantiver disciplina e previsibilidade na política de preços, os dividendos permanecem sustentáveis. Mas, se houver desvio para investimentos de baixo retorno ou interferência política, o risco aumenta e o dividendo perde peso como argumento principal”, explica Viana.
Segundo ele, a política de preços continua sendo o termômetro da coerência estratégica entre eficiência, rentabilidade e governança. Além disso, o ritmo de crescimento da produção precisa ser acompanhado — afinal, sem aumento de volume, o potencial de valorização estrutural fica limitado.
Resumo para o investidor apressado
- Ebitda: US$ 11,9 bi (+7% vs. projeção)
- Dividendos: US$ 2,3 bi
- Investimentos: US$ 4,9 bi (acima do esperado)
- Plano Estratégico: 27 de novembro
- Yield projetado: 10% → 8% (2026)
- Recomendação: Compra (Bradesco BBI e BTG)
Leia mais: Itaú ultrapassa Petrobras e se torna empresa a maior empresa da Bolsa brasileira
Fonte: Money Times


