Gigante do café reduzirá participação para 40% em joint venture avaliada em mais de US$ 13 bilhões, em meio à perda de mercado para concorrentes locais
A Starbucks anunciou nesta segunda-feira (3) que venderá o controle de suas operações na China para a Boyu Capital, em um acordo avaliado em US$ 4 bilhões. A transação marca uma das maiores alienações recentes de uma unidade chinesa por uma multinacional do setor de consumo.
Pelo acordo, será criada uma joint venture na qual a Boyu deterá até 60% das operações de varejo da Starbucks no país asiático. A empresa norte-americana manterá 40% de participação, além de continuar sendo proprietária e licenciadora da marca e da propriedade intelectual.
De acordo com comunicado das companhias, a Starbucks estima que o valor total do negócio na China — incluindo os recursos da venda e a fatia remanescente na joint venture — ultrapassa US$ 13 bilhões.
Concorrência local e desaceleração econômica pressionam resultados
A decisão da Starbucks reflete o crescimento agressivo das redes chinesas de café, que vêm conquistando consumidores com preços mais baixos e estratégias digitais mais adaptadas ao público local.
Entre os principais concorrentes estão marcas como a Luckin Coffee e a Cotti Coffee, que rapidamente ampliaram presença em grandes cidades.
Segundo a Euromonitor International, a participação de mercado da Starbucks na China caiu de 34% em 2019 para 14% em 2024, apesar de o país continuar sendo um dos principais mercados globais da marca, com mais de 20% de suas cafeterias concentradas no território chinês.
A desaceleração econômica do país e a mudança nos hábitos de consumo também impactaram a demanda por bebidas premium, levando a Starbucks a buscar novas estratégias de capital e expansão em parceria com investidores locais.
Parceria estratégica e reestruturação global
Com a venda, a Starbucks busca reforçar seu caixa, reduzir riscos operacionais e adaptar sua presença no mercado chinês a um modelo de negócios mais flexível.
A Boyu Capital, uma das maiores firmas de private equity da Ásia, já possui investimentos em empresas de consumo e tecnologia na China, o que pode impulsionar a digitalização e eficiência operacional da rede de cafeterias no país.
O acordo ainda depende de aprovações regulatórias e deve ser concluído até o primeiro semestre de 2026, segundo fontes próximas ao negócio.
Fonte: CNN Brasil
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