A cafeteria que vende café… e faz dinheiro como um banco
Quando você pensa em Starbucks, provavelmente imagina um cappuccino, um frappuccino ou aquele café caro com seu nome escrito errado no copo.
Mas o que pouca gente percebe é que, na prática, o Starbucks também funciona como um banco disfarçado de cafeteria.
O truque: os cartões pré-pagos e o app
Tudo começou com o Starbucks Rewards, o programa de fidelidade da empresa.
Milhões de clientes no mundo inteiro colocam dinheiro antecipadamente no app da Starbucks ou em cartões-presente da marca, para ganhar pontos, prêmios e facilitar o pagamento na loja.
Hoje, esse sistema de saldo pré-pago virou uma verdadeira mina de ouro.
Quanto dinheiro o Starbucks “segura”?
Segundo os últimos balanços, o Starbucks mantém entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões em dinheiro dos clientes parados dentro da empresa, sem pagar um centavo de juros por isso.
Pra efeito de comparação: é mais dinheiro do que muitos bancos regionais americanos têm disponível em depósitos à vista.
Esse valor fica ali, no caixa da empresa, rendendo para o Starbucks enquanto você decide quando (e se) vai gastar o saldo em café.
Por que isso é bom para o Starbucks?
- Gera fluxo de caixa imediato: O Starbucks recebe o dinheiro antes mesmo de entregar o produto.
- Investe esse dinheiro: A empresa pode usar esse capital para aplicações financeiras de curto prazo, reduzir a necessidade de pegar empréstimos ou financiar a expansão.
- Lucra com os “saldos esquecidos”: Muita gente coloca crédito no app e… esquece de usar. Esse dinheiro vira receita pura.
- Fideliza o cliente: Quem tem dinheiro no app, tende a voltar pra gastar. É psicologia simples: o dinheiro já foi gasto na sua cabeça.
Exemplo de comparação:
Se o Starbucks fosse de fato um banco, ele já estaria entre os top 100 maiores dos EUA em valor de depósitos à vista.
E tudo isso sem precisar seguir as regras rígidas que os bancos tradicionais precisam cumprir, como regulação bancária, garantias de depósitos, etc.
O que aprender com isso?
Esse é um exemplo claro de como as grandes empresas de consumo estão criando “bancos invisíveis”, usando a lealdade do consumidor como capital financeiro.
Empresas como Amazon (com o saldo de gift cards), Apple (com o Apple Pay e o Apple Card) e agora até o Starbucks estão explorando o mesmo caminho.