ECONOMIA

The Economist vê Lula isolado e com influência em queda no Brasil e no mundo

O prestigiado semanário britânico The Economist, conhecido por suas análises econômicas e políticas, publicou neste domingo (29) uma reportagem destacando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria perdendo força tanto internamente quanto no cenário internacional.

A avaliação chama atenção porque, em 2022, às vésperas da eleição, a mesma revista chegou a afirmar que “só Lula pode salvar o Brasil” ao criticar a possível reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Agora, três anos depois, o tom mudou bastante.

Perda de apoio dentro do Brasil

O The Economist cita a queda na popularidade de Lula, que enfrenta críticas de diferentes setores, e ressalta um episódio simbólico:

  • O Congresso Nacional derrubou um decreto do governo que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
  • Segundo a publicação, foi um recado claro da fraqueza do governo diante do Legislativo — algo que não acontecia há quase 30 anos.

Além disso, o texto destaca que mesmo com Bolsonaro enfrentando investigações e risco de prisão, ele ainda tem força política e pode ajudar a direita a se unir em torno de um novo nome para 2026.

Isolamento na política externa

No campo internacional, o The Economist aponta que Lula está cada vez mais distante de aliados históricos do Ocidente e mais próximo de países como China e Rússia:

  • Relação difícil com Javier Milei, presidente da Argentina, que hoje tem laços mais fortes com os EUA de Donald Trump.
  • Críticas ao ataque americano contra o Irã, que destoaram da posição das principais democracias ocidentais.
  • Aproximação com Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia), especialmente por meio do Brics.

A reportagem cita que, no passado, o Brics era visto como uma plataforma para o Brasil ganhar relevância global.
Mas, com a guerra na Ucrânia e o fortalecimento do bloco como ferramenta de interesses chineses e russos, o Brasil agora parece mais “hostil ao Ocidente”.

Falta de protagonismo regional

O The Economist também critica Lula por não conseguir liderar uma ação conjunta dos países latino-americanos para lidar com problemas regionais, como:

  • Deportações em massa de imigrantes que vivem nos Estados Unidos.
  • Guerra comercial de Trump que pode atingir exportadores da América do Sul.

Segundo a publicação, Lula parece “relutante ou incapaz” de formar essa frente unida.

🇧🇷 Brasil “não importa tanto” para os EUA?

A revista ainda levanta outra hipótese para explicar por que Donald Trump, ao voltar ao poder, não tem dado tanta atenção ao Brasil:

  • O comércio entre Brasil e EUA é positivo para os americanos, que vendem mais do que compram.
  • Além disso, do ponto de vista geopolítico, o Brasil estaria “distante e inerte” nas questões mais urgentes, como Ucrânia e Oriente Médio.

O The Economist conclui de forma dura: Lula deveria “parar de fingir que importa” em temas distantes e concentrar esforços em problemas mais próximos, como economia e políticas regionais.

O que tudo isso quer dizer?

O texto mostra como a imagem internacional de Lula mudou desde 2022.
Antes visto como “salvador da democracia”, ele agora é retratado como um líder enfraquecido internamente e isolado externamente.

Para analistas, o Brasil precisa equilibrar relações com China e Rússia sem romper com os EUA e Europa, e Lula precisa fortalecer sua base no Congresso para avançar projetos internos.

Fonte: CNN Brasil

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